É tempo de examinar os espíritos
Um certo Senhor tem uma criação de ovelhas. Ele ama tanto as suas ovelhas que dá a vida por elas. Mas um dia ele partiu para preparar outro lugar para as suas ovelhas. Um lugar de bonança. Partiu e deixou alguns “pastores” encarregados de cuidar do seu rebanho. Os pastores, muito fiéis e dedicados, começaram a construir belíssimas construções para “honrar” e orgulhar o seu Senhor no seu regresso. Empenharam-se para construir “cercas” e “currais” bem ornamentados e muito bem arquitetados. Tudo que o rebanho produzia passou a ser revertido para essas construções, torres, alvenarias, pedras, granitos, mármores. Eles ficaram tão apaixonados pela construção dessas formosas “obras”, que não tinham mais tempo para se dedicar ao rebanho. No entanto, para compensar a falta de tempo, decidiram aprisionar as ovelhas nos currais, educá-las, discipliná-las e “adestrá-las” para que elas seguissem o mesmo passo e compasso. Assim, todas elas marchavam da mesma forma, rodavam do mesmo jeito, mugiam na mesma ordem. Ficaram adestradas. “Com certeza, o Senhor vai gostar das ovelhinhas mansas, “adestradas” e obedientes.” Ovelhinhas que têm medo de arrebentar as cercas. “Com certeza, o Senhor vai se orgulhar: elas não saem dos currais”. E eles se deliciavam. E elas tinham medo. Pior, as ovelhas aprisionadas não tinham alimento (pastos verdejantes) dentro dos currais. O alimento oferecido era seco e podre. E sempre o mesmo. Pasto colhido há anos atrás. Mofado. A água faltava. Remédios não eram adquiridos. As ovelhas mais idosas eram obrigadas a competir com as mais novas por espaço dentro dos currais. E todas, constantemente, açoitadas e maltratadas. Se não produzissem, eram desprezadas e largadas de lado. Ah, não eram mais pastores, transformaram-se em administradores, “obreiros”, presidentes, chefes uns dos outros. Inventaram escalas hierárquicas para organizar a obra. E diziam: é “obra do Senhor”. E ficavam tão seduzidos e apaixonados pela “obra”, pelos cargos, que ninguém se importava mais com as ovelhas. A obra, os currais, os altares, os cargos e os títulos ganhavam todas as atenções dos administradores. Ora, o que vale ovelhas? Quem liga para elas? Se uma morrer, o Senhor manda outra. A “obra”, isso sim, é muito mais importante. E a fome aumentava dentro dos currais. E currais mais fortes e mais belos eram construídos. As ovelhas doentes eram pisoteadas umas pelas outras. Muitas morriam. Outras, antes mesmo de morrerem, eram atiradas aos abutres. Tinham que manter o “curral” limpo. Para os administradores, o importante é “a obra”. Para eles, o Senhor ama a “obra”. As ovelhas pequeninas começavam a crescer, mas morriam porque não recebiam o trato adequado. Não se pode gastar os preciosos recursos com trato de ovelha. E a obra? Sim, o Senhor mandava outras ovelhas para serem apascentadas. E muitas delas chegavam doentes por causa da viagem. Mas, os administradores não se preocupavam em construir abrigos. O importante mesmo eram as torres, os ornamentos, a obra. E quase todas as ovelhas que chegavam, logo morriam. Ora, os “obreiros”, vaidosos e seduzidos, esqueceram que o lugar das ovelhas não era ali. Esqueceram que o Senhor foi preparar outro lugar para elas. Ficaram tão decididos a impressionar o Senhor com as belas construções, que não se importavam mais com o rebanho, que definhava. Não, o rebanho está morrendo. E os pastores “vendem” a pele das ovelhas para construir “castelos” e para financiar as suas vaidades. O que dirá o dono do rebanho quando vier buscar aquelas por quem Ele dá a vida? Ai daqueles que não cuidam das ovelhas e apascentam a si próprios. Ezequiel 34.02-03
Ora meu irmão, as instituições religiosas, as denominações, as igrejas são os currais. São os currais os “obreiros” estão construindo. Essas “obras”, tão idolatradas, veneradas e divinizadas são currais para aprisionar, controlar e adestrar as ovelhas. Dominá-las e explorá-las. Pior, essas instituições estão sendo muito mais valorizadas pelos “obreiros” do que as ovelhas do Senhor. Isto é nojento. Isto é repugnante porque é totalmente contrário a tudo que o Senhor Jesus Cristo ensinou.
A nossa sorte é que os exploradores de ovelhas, os lobos, mesmo sob a pele de ovelha, não podem se esconder. A Bíblia nos mostra que a diferença entre o verdadeiro discípulo e o lobo devorador, enganador e explorador de ovelhas é muito sutil. Mt.24.24. Mas existe diferença. Ela está no espírito. Se o discípulo prega a Palavra, o “lobo” também; se o discípulo opera sinais e prodígios, o enganador também; se o discípulo é ovelha, o enganador ostenta aparência de ovelha. Mt.7.15-23. Mas, a diferença fundamental entre eles está no interesse que motiva cada um. Ora, o verdadeiro discípulo do Senhor Jesus é aquele que, acima de tudo, busca a bem-aventurança do seu próximo, o bem das ovelhas, tal como o Senhor. Mt.22.37-39 e Gl.06.02. Isto é que honra o Senhor. Por outro lado, o “lobo” enganador busca, prioritariamente, a satisfação dos seus próprios instintos, aprisionando, explorando, tosquiando, subjugando e dominando as ovelhas, como se elas fossem propriedades sua. Gananciosos, procuram a satisfação dos seus apetites desenfreados de lucro, poder e dominação. Mas, pelos seus “frutos” nós os reconhecemos. Aqueles que buscam glórias e honras para si, são lobos. Aqueles que buscam riquezas, exploram, prendem e dominam as ovelhas, são lobos. Ez.34.02-04. O discípulo, à semelhança do seu Senhor, dá a vida pelas ovelhas. Sacrifica-se, enfrenta os lobos sem medo, por mais poderosos que sejam. Jo. 10.11-15. , I Jo. 03.10 e 11. e I Jo. 04.20. Eles rugem, ameaçam, arrepiam, “rosnam”, mas nada podem fazer contra os profetas do Senhor.
O apóstolo Paulo nos alerta, At.20.29-30, que “entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai...”. Por isto, temos que analisar tudo o que os homens pregam. A doutrina cristã não é legitimada pela patente eclesiástica de homem algum. O que legitima a doutrina é o seu fundamento, que deve estar, antes de tudo, fundado no espírito do Senhor Jesus. É tempo de examinar os espíritos. Quem vigia, não se impressiona pelos discursos. Vai além das palavras: examina os espíritos. Só quem examina os espíritos descobre os espíritos de lobo embaixo dos sermões feitos para impressionar e para ludibriar. Palavras. Palavras que aprisionam e nunca liberta. Mas aquele que vigia percebe a voz, os passos e os sinais dos lobos espirituais. Vestidos de ovelhas. Portanto, vigiai. Mesmo que isto contrarie interesses. Ora, vigiar, como mandou o apóstolo, é tarefa árdua, porque quem vigia é apedrejado. Quem examina os espíritos é intimidado por quem tem interesses escusos. Jo.16.02-03. Quem vigia é intimidado por quem tem o poder religioso. Por quem domina os microfones. Quem vigia é intimidado por quem manipula o discurso religioso. Por isto o profeta tem que ser apedrejado e morto. Crucificado. Mas, temos que ser profetas.
José Peres Júnior
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terça-feira, 23 de novembro de 2010
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